O presidente da Comissão Europeia quer acabar com a troika, a Alemanha não quer. O Parlamento Europeu já recomendou o seu fim.
O governo de Passos Coelho está agarrado à troika. Submisso, segue as politicas de austeridade da troika.
A troika é um tripé composto pela Comissão Europeia, pelo BCE e pelo FMI, que nos aparece nas televisões num grupo de pessoas misteriosas, de olhar sombrio, com ares de bons técnicos, muito bem pagos pelas receitas de austeridade que nos trazem.
E as receitas são desemprego, salários de miséria, trabalho precário, pensões de fome, corte de subsídios e abonos, aumento de impostos e privatizações de tudo o que dá lucro.
Foi a isto que assistimos nestes anos de troika, foi isto que levaram à Grécia, e a todo o sítio por onde passam. O modelo da troika atinge a dignidade das pessoas, palavras do presidente da Comissão Europeia. Por onde passa leva a austeridade, deixa a pobreza.
O maior desafio do mundo é o de combater as desigualdades sociais, que são gritantes e obscenas. Um punhado de ricos cada vez mais ricos e o mundo dos pobres sempre a alastrar. As receitas da troika servem para agravar o fosso entre o grupo da riqueza e o da pobreza.
Recuando uns anos, a linha que separava o mundo da riqueza do mundo da pobreza estava em África. Nos últimos anos, essa linha tem vindo para norte, agora atravessa a França. Portugal está nos países da pobreza.
A pobreza alastrou, atinge grupos sociais antes com vida estável. O grupo da abundância tornou-se um pequeno grupo, mas com riqueza acrescentada.
Em Portugal, a fome entrou nas escolas, em cada três crianças, há uma criança que passa fome. E esta situação está relacionada com as politicas de austeridade.
A austeridade da troika fez que em Portugal a riqueza produzida encolhesse de 6,5%. Ficamos assim mais pobres porque produzimos menos. Fez 400.000 desempregados, a somar aos que já estavam desempregados. Fez emigrar 300.000 jovens, levando o que aprenderam nas universidades. Destruiu uma infinidade de pequenas empresas, descapitalizadas e sem consumidores das suas produções. As empresas estratégicas foram privatizadas. Estão nesta lista a Cimpor, EDP, REN, ANA entre outras. Outras seguem os meus caminhos.
O fim da riqueza nacional.
Nos bancos, outra desgraça. O BPN desapareceu por roubos descarados. Gente conhecida no saque, e andam por aí inocentes.
Agora o BES, uma estrutura grandiosa enterrada em dívidas, roubos, más administrações.
Governantes incapazes, submissos aos ditames da troika, preparados para servirem outros donos, são os responsáveis.
O lote de políticos que do governo saltam para os negócios das empresas é um batalhão de gente. Os mesmos que arrastaram o país para este estado.
Com tanta austeridade, com tantos cortes nos ordenados e nas pensões, com tantos impostos, com tantos cortes nas prestações sociais, com tantos despedimentos de funcionários públicos, a dívida continua a crescer. Passou nestes últimos anos de 80% do PIB, para 128%.
E se olharmos para o lado, vemos que aqueles que ainda trabalham sentem-se massacrados e humilhados em empregos precários, com salários baixos.
E se entrarmos num hospital não sabemos o que nos poderá acontecer. Muitas horas nas urgências, taxas moderadoras indecentes, vítimas de uma trama para desacreditar e destruir os serviços públicos de Saúde.
Nas escolas, uma desorientação. Alunos em excesso por turma, professores humilhados e desautorizados.
Já o fisco, rápido e eficaz. Apodera-se de tudo. Massacra-nos com impostos. Impostos que não chegam para alimentar as serventias da governação, onde se multiplicam cargos inúteis com gente mal preparada, mal formada, bem protegida.