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CineEco 2023: Curadora / programadora Cláudia Marques Santos em entrevista ao JSM

“Tornámo-nos um Festival exclusivamente de cinema. Toda a componente audiovisual já não existe”

A 29ª edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela irá decorrer de 5 e 13 de outubro, em Seia, na Casa Municipal da Cultura e, este ano, assenta numa maior aposta em obras cinematográficas.

O CineEco é um evento cultural de natureza internacional de temática ambiental, organizado pelo Município de Seia desde 1995 de forma ininterrupta. Em todas as edições e em todas as secções ou atividades a entrada é gratuita, prestando um serviço público. É o único festival de cinema exclusivamente ambiental em Portugal e um dos festivais de cinema de ambiente mais antigos do mundo. Através das experiências multiculturais, o CineEco ajuda a descrever e compor um panorama do pensamento mundial atual sobre estas questões e proporciona aos espetadores momentos de conhecimento e reflexão, com a ambição de gerar comportamentos transformadores e de participação.

O JSM foi ao encontro da curadora/programadora deste Festival, Cláudia Marques Santos, que nos deu a conhecer algumas novidades para a edição deste ano. Também falou com a entidade organizadora do CineEco, o Município de Seia e com Tiago Alves, outro programador do Festival.

Cláudia Marques Santos é curadora/programadora do CineEco deste ano que vai já na sua 29ª edição. É uma das três programadoras, juntamente com o Daniel Oliveira e o Tiago Alves.

Segundo a curadora, “a edição deste ano é uma espécie de um prelúdio, daquela que será a edição de 2024, em que se celebram os 30 anos da existência deste Festival dedicado ao Cinema Ambiental”.

Refere que vai haver algumas mudanças, nomeadamente no que diz respeito às reportagens ou documentários televisivos. “Limpámos um bocadinho e tornámo-nos um Festival exclusivamente de cinema. Toda a componente audiovisual já não existe, ou seja, antes havia reportagens ou documentários televisivos que concorriam. Agora, esta parte já não existe.”

A razão prende-se, simplesmente, por quererem ter um foco. “Como queremos fazer parte deste circuito nacional de festivais, era preciso ter um foco. Ou ser algo dedicado ao audiovisual ou dedicado ao cinema. E como a premissa inicial sempre foi o cinema, achámos que focar-nos no cinema daria muito mais identidade ao Festival. Esta é uma mudança que está a ser preparada. A celebração vai fazer-se no ano que vem”, explica.

Atividades paralelas

Este Festival continuará a contar com exposições. Segundo a curadora, “este ano vai haver duas exposições: uma ligada ao projeto FILMar, que é um projeto feito em parceria com a Cinemateca Portuguesa. Também o “Fogo Frio” que é uma exposição de fotografia muito impactante, que pensa na questão dos incêndios, que é sempre uma tragédia que assola o país todos os verões.”

Para este ano e pela primeira vez, a aposta vai recair nas tertúlias. “Se antes podia fazer-se perguntas no início ou no fim da sessão, agora vamos ter espaços próprios para que haja uma relação mais intimista com os realizadores, em que um dos programadores fará conversa com o realizador e o público, de uma forma mais própria, em que poderá interagir, falar e fazer perguntas mesmo após o fim da conversa que será tida.”

Um dos objetivos deste Festival é, de acordo com Cláudia Santos, “continuar a sensibilizar as pessoas da região, porque este é um trabalho que tem sido feito de forma muito estoica pelas 29 edições do CineEco. Há que sensibilizar as pessoas da região para duas grandes questões: a importância do cinema enquanto veículo de pensamento e, por outro lado, a importância das questões ambientais e das alterações climáticas. Outro dos grandes objetivos que queremos vincar a partir deste ano é trazer pessoas de fora para o Festival à semelhança do que acontece com outros festivais de renome do cinema em Portugal. Quando digo trazer gente de fora quero dizer trazer cinéfilos que querem ver filmes que não conseguem ver noutros sítios.”

De referir que nem tudo são mudanças, já que “a parte pedagógica estará e continuará sempre a ser contemplada.”

Sessão de inauguração apresenta um Cineconcerto

“Se pensarmos que o cinema no início do século era mudo e era musicado ao vivo por orquestras, aqui acontecer, de alguma forma, a replicação, com um pianista que vai tocar composições suas e onde um filme vai ter uma composição de raiz. Depois há uma sessão dupla, também muito interessante. É a primeira vez que estamos a juntar dois filmes em que o segundo filme foi concebido e pensado a partir do primeiro. Estou a falar dos “Verdes Anos”, de Paulo Rocha, que é um filme inaugural do cinema novo em Portugal, que foi lançado em 1963, e que, este ano, celebra 60 anos. Depois temos o filme do João Pedro Rodrigues e do João Rui Guerra da Mata, “Onde fica esta rua ou sem antes nem depois?”. Este filme vai pegar nos circuitos de espaço público, ou seja, nas ruas que foram filmadas pelo Paulo Rocha, nos anos 60, nomeadamente as avenidas novas de Lisboa. Em plena pandemia estes dois realizadores foram para estas mesmas ruas desertas filmá-las. Estes filmes nunca foram mostrados juntos. Neste festival vamos ter a presença destes realizadores e também da Isabel Ruth, que é a atriz principal do filme de Paulo Rocha, e é um dos grandes nomes que vai estar presente neste festival e em Seia”, salienta Cláudia Santos.

Para além de realizadores nacionais, vão estar na cidade senense, outros realizares, internacionais.

Esta sessão de inauguração que contará com este Cineconcerto acaba por ser, para Cláudia Santos, “uma bela conquista nossa. Trabalhámos muito para conseguir tê-la. É uma parceria com  Cinemateca Portuguesa, que conta com um projeto europeu (FILMar), onde há vários filmes todos entre a década de 10 e de 30 do século passado, ou seja, são relíquias que se conseguiram recuperar ou restaurar e que estão ligadas à ideia de ambiente/natureza. São seis pequenos filmes que vão ser musicados ao vivo pelo pianista Filipe Raposo. Vai ser diferente dos outros anos. Este é sempre um conceito forte e ganho à partida, porque junta música e cinema, acabando por ser apelativo.”

A direção artística está a cargo do pelouro da cultura da Câmara Municipal de Seia

Até à 28ª edição, a direção artística do CineEco estava a cargo de Mário Jorge Branquinho, um dos principais rostos deste Festival. Depois da sua saída, no ano passado, para diretor e programador do Centro Cultural das Caldas da Rainha, Cláudia Santos explica que, este ano, é o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Seia, que fará agora este papel. Será a Vereadora Célia Barbosa, a figura pública que representará a direção artística do Festival.”

Resumindo, “o Festival deixa de ter um diretor artístico, mas há três programadores, que somos nós, que fazemos a programação dos filmes.” Num universo de mais de 300 filmes a concurso, oriundos de 66 países, o que estes programadores fazem é escolher os filmes que entram para as seleções. De salientar que “há documentários, filmes de ficção e de animação”, remata.

Município de Seia pretende que o CineEco seja a âncora de visita ao território

Para o Município de Seia, a primeira grande novidade é a data. “Este ano antecipámos um pouco a abertura, que acontecerá no dia 5 de outubro, feriado nacional, e reorganizámos a programação, de modo a abraçar na totalidade o primeiro fim de semana. Também incluímos alguma programação a pensar nos mais novos. O objetivo é o CineEco ser a âncora na visita ao território, num programa pensado para as famílias que desejem visitar-nos.”

Ainda segundo o Município, o programa este ano “é o mais eclético possível, para agradar o público que já conhece o festival e se interessa pelas temáticas, e também para pessoas que nunca vieram, mas que têm interesse em vir ao evento.” 

Entre sexta-feira e domingo haverá opções para todos os gostos, destacando-se “O Segredo de Perlimps”, para crianças e famílias, na ficção científica “Le Règle Animal”, até um longa da competitiva oficial do Festival de Cannes deste ano, “Club Zero”.

Relativamente aos padrinhos do Festival, o município refere que “a envolvência da comunidade local é, para nós, fundamental, e os padrinhos dos filmes são uma forma de isso acontecer.”

Na Competição Internacional de Longas-Metragens foram convidadas 20 pessoas da comunidade senense, dois por cada filme. Tal como nas edições anteriores, os padrinhos e madrinhas escolhidos vêm das mais variadas profissões, instituições e serviços, desde estudantes, a profissionais dos setores do comércio, alimentar, moda, saúde, ensino, entre outros. São eles/as: Adélia Godinho, Ana Cristina Cardoso, Andreia Gomes, António Rodrigues, Bárbara Pessoa Mendes, Cristina Martins, Eugénia Lemos, Francisco Vidas, Lúcia Leitão, Luís Bidarra, Nuno Fernandes, Paulo Cordeiro, Pedro Santos, Pe. Carlos Dionísio, Sónia Geraldo, Armando Pereira, Natércia Sousa, Rita Lacerda, Fábio Abrantes e Rita Santos.

As longas portuguesas, por sua vez, são apadrinhadas por escolas (Agrupamento de Escolas de Seia e Agrupamento de Escolas Dr. Guilherme Correia de Carvalho), associações e instituições do território, nomeadamente: Academia Sénior de Seia, Associação de Arte e Imagem de Seia, Escuteiros de Seia – Agrupamento 116 e Casa da Juventude D.ª Ana Nogueira.

“Queremos causar emoções mais fortes!”

Tiago Alves, um dos programadores do Festival fala numa opção diferente: “em anos anteriores, o CineEco valorizou a noite de encerramento através da exibição de filmes de género sobre problemas ambientais. Até agora escolhemos comédias, desta vez queremos causar emoções mais fortes!”

Olhando para a seleção oficial competitiva, o CineEco estreará diversos filmes produzidos em 2022 e 2023, após a exibição em festivais internacionais, em Cannes e em San Sebastian, nomeadamente, como “Club Zero” de Jessica Hausner, “Reino Animal”, de Thomas Cailley e “Carvão”, de Carolina Markovicz. Vale a pena referir também “Perlimps”, a nova longa-metragem de animação de Alê Abreu, “Lakota Nation vs. United States”, um documentário sobre a questão das violências cometidas contra indígenas produzido por Mark Ruffalo e Marisa Tomei, “A Invenção do Outro”, documentário sobre o primeiro contacto com uma tribo indígena remota na Amazónia, e “Rejeito”, de Pedro de Philippis, sobre o crime ambiental cometido pela empresa Vale do Rio Doce na região de Brumadinho, no Brasil.

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