A demissão de um governo é, sem mais, um acontecimento demasiado grave, gravidade essa que aumenta quando as circunstâncias em que tal acontece suscitam muitas dúvidas, levantam muitas questões e fundamentam sérias apreensões sobre o “normal funcionamento das instituições”. Há dúvidas sobre a existência, ou não, de uma “intencional provocação” de uma demissão, que envolveria a Procuradora e o próprio Presidente. A própria demissão pode ser considerada “precipitada”, podendo o Primeiro-ministro ter optado por continuar e aguardar o desenvolvimento do inquérito no Supremo (quem não deve não teme – e os casos que se foram sucedendo ao longo dos governos de António Costa eram suficientes para justificar a sua demissão,…