Aqueles que viveram o 25 de Abril recordam os famosos “3Ds” correspondentes às três medidas que integravam o programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), objetivos que deveriam ser atingidos alicerçados num princípio fundamental, o da liberdade, o valor mais precioso e, de facto, alcançado e vivido. Portugal mudou muito desde essa data mas, se “descolonizar” e “democratizar” foram executados com maior ou menor sucesso, o desenvolvimento do país está muito longe das expetativas criadas e a situação em que hoje o país se encontra é uma desilusão, como resultado das políticas implementadas sucessivamente, nos últimos 50 anos, pelos vários atores e agentes políticos. Se acrescentarmos a isso o facto de termos recebido quase 160 mil milhões de euros da UE nos últimos 37 anos, alguns deles para alimentar a corrupção, é uma frustração, um falhanço da política e dos políticos, estando por cumprir o desenvolvimento prometido.
A juntar à pobreza, que nos deveria envergonhar, estão por cumprir direitos básicos em qualquer país desenvolvido, nomeadamente, na justiça, na habitação, na saúde, na educação e no emprego e, neste, sobretudo na camada jovem.
As últimas eleições legislativas revelaram dois dados dignos de registo e de análise;
os jovens mobilizaram-se para o ato eleitoral e manifestaram uma mudança nas opções políticas, com uma crescente atração pela direita.
Os sinais, vindos das várias camadas da população, já se vêm a manifestar há muito tempo, mas parece não incomodar os governantes políticos, acomodados nos seus lugares.