Cinquenta anos de Democracia deveria constituir tempo mais que suficiente para que partidos e políticos adotassem as regras fundamentais por que devessem pautar a sua conduta privilegiando sempre e de maneira inequívoca, a seriedade, a imparcialidade, a verdade e o respeito por quem os elege como forma de conquistarem a aprovação e o aplauso dos portugueses. Infelizmente, nada disso tem acontecido. Partidos e políticos têm dado mostras exactamente do contrário através de comportamentos e atitudes inequivocamente vergonhosas e repugnantes, de tal modo que Sá Carneiro, Camões, Pessoa, Afonso Costa, Jorge Sampaio, Mário Soares, Augustina Bessa Luís e tantos mais, estão fartos de darem tantas voltas nos sítios onde repousam. E se os mortos se mostram tão desassossegados como se sentirão aqueles que, felizmente, ainda estão vivos como Ramalho Eanes e Francisco Pinto Balsemão?
De facto, só quem seja cego, surdo e mudo poderá acreditar nem que seja apenas por uns instantes, no palavreado barato e fantasioso dos políticos que dizem uma coisa e fazem outra carregando exemplos completamente abomináveis que concorrem para o fim da Democracia que os valorosos militares ofereceram ao povo português.
Já não resta muito tempo para que nos vejamos envolvidos nas campanhas eleitorais para as autarquias e Presidência da República. Com gente desta, o que resta ao povo português? Pura e simplesmente não votar o que não será nada bom ou, então, escolher, cuidadosamente, as pessoas para os órgãos políticos, privilegiando os independentes, sem filiação partidária, sérios, capazes e decididos numa perspectiva de olharem para Portugal e para os portugueses.
Temos de ser coerentes com os princípios da verdade, da justiça e do respeito e fazer com que os nossos representantes que urge escolher, tenham como alvo apenas e tão só Portugal e os portugueses.
A nosso ver, não se torna necessário recordar os inúmeros e tristes exemplos da política e políticos. Bastará atentarmos nos recentes casos que se prendem com o Chega e o Bloco de Esquerda. No primeiro que citamos são horripilantes as atuações dos deputados municipais e do Parlamento. No BE são os próprios líderes a corporizarem comportamentos reprováveis no que toca ao despedimento de trabalhadoras grávidas.
Está na hora para dizermos basta e responsabilizar toda essa gente pelo asqueroso papel com que nos têm “brindado”, gerador, inquestionavelmente, da morte da Democracia.