Maria
Pergunta: Precisava da tua ajuda para fazer um trabalho. Será que podias ir lá a casa logo à noite?
Joana
(Pensamentos: Não me dava muito jeito, tenho tantas coisas para fazer… se disser não vai ficar chateada comigo, não quero nada arranjar problemas…)
Resposta: Sim, claro! A que horas?
Quantas vezes já se deparou com uma situação em que foi difícil dizer “Não”?
Nas crianças, o Não está, muitas vezes, na ponta da língua. E nos jovens adultos / adultos? Onde estará? Onde se esconde?
Certamente já se sentiu culpado quando disse “Não” ou ficou sobrecarregado por ter aceite mais tarefas do que poderia realizar…
Mas afinal, porque é que é tão difícil dizer “Não”?
Uma das razões é o medo de desiludir os outros e de causar desagrado. Queremos ser aceites e por isso temos pensamentos de que devemos estar disponíveis e aceitar tudo o que nos é proposto.
Outras pessoas podem sentir culpa, pois pensam que são “egoístas” caso recusem dar algum tipo de ajuda. Associado a este motivo, surge também a pressão social. “Tenho de estar sempre disponível, tenho de ser prestável”.
Regra geral, a dificuldade em dizer “Não” associa-se à baixa auto-estima, a sentimentos desagradáveis, a pensamentos negativos e crenças limitantes (“Se disser que não, vai deixar de gostar de mim”).
A verdade é que dizer “Não” traz benefícios para a nossa saúde mental e para o nosso funcionamento. Não podemos fazer tudo, nem ajudar todos. Os limites existem e são benéficos para as nossas relações, inclusive para a relação connosco próprios.
Não podemos controlar a reação dos outros quando dizemos “Não”, mas podemos escolher relações saudáveis, estabelecer limites igualmente saudáveis evitando sobrecarga emocional, stress, falta de tempo para o autocuidado e relações desequilibradas (ninguém se sente confortável em relações onde “se dá mais do que se recebe”).