Vivemos tempos sombrios em que o amanhã apresenta um nível de imprevisibilidade preocupante. A visão que Trump tem da América no mundo é assustadora. Egoísta, direi até irresponsável, essa visão coloca em perigo, na conjuntura atual, em primeiro lugar a Europa democrática e a Ucrânia, obviamente, mas não deixará de fazer danos à própria nação americana. A Europa, o Canadá e eventualmente o Japão e até a China isolarão a América de Trump e a Rússia de Putin, já que ambos os líderes não são confiáveis e adoptam uma postura perigosa na abordagem das relações internacionais. Trump parece esquecer as origens da maioria do povo americano – a Europa. As posições que está a adoptar ameaçam o estatuto internacional dos Estados Unidos da América uma vez que tanto a Europa como a China, o Japão e o Canadá, perante a “ameaça trumpista”, podem aliar-se e adotar políticas comerciais e outras que compensem a arrogância de Trump. E quem perderá serão os americanos. No plano militar, existe uma estrutura montada, a NATO, que pode muito bem servir de base à necessária estrutura europeia de defesa. Se a NATO desaparecer, a nova estrutura pode muito bem surgir sobre ela, claro que sem os americanos. A deriva trumpista pode não passar de um pesadelo, mas que pode precipitar o menos desejável, pode, pelas afirmações que Trump profere. Esperemos que a diplomacia consiga fazer o que a irracionalidade não está a conseguir.
A reversão da agregação de freguesias sofreu um ligeiro revés. O Presidente vetou a Lei que foi aprovada na Assembleia da República, creio que para surpresa de muitos. O que terá levado Marcelo a vetar uma lei que não tinha substância material propriamente dita, a não ser afirmar quais as freguesias que seriam desagregadas? A proximidade das autárquicas, apresentada, no final, como a razão fundamental para o veto, não parece colher como argumento principal, já que o Presidente sabe que o seu veto é superável e terá de aprovar se o veto for superado. Creio que alguém próximo de Miguel Relvas ou o próprio terão feito chegar a Belém pormenores do que se foi passando na Assembleia da República, nomeadamente a alteração das conclusões do grupo de trabalho. Miguel Relvas manifestou, até de forma pouco elegante, a sua discordância com a desagregação. Chamou “baixo clero” aos deputados que participaram no processo de desagregação. Provavelmente, o Presidente quis marcar uma posição de compromisso com a posição de Miguel Relvas. O veto é político. E Marcelo manifestou, claramente, na fundamentação do veto, a sua posição anti desagregação.
Já está, em princípio, completa a “lista” dos candidatos à liderança do Municipio de Seia para as autárquicas de 2025. O PSD e o JPNT apresentam o mesmo candidato: Paulo Hortênsio. Trata-se de um candidato forte, pois tem um “histórico” que o favorece, foi quadro dirigente no Municipio de Seia, conhecendo ainda grande parte dos funcionários da Câmara Municipal, foi Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Seia mais do que um mandato. Trata-se de um candidato com fortes laços em Seia e conhecedor do funcionamento de uma Câmara Municipal que poderá atingir um bom resultado nas próximas autárquicas. João Tilly, que concorre pelo CHEGA, beneficiará da sigla, mas esta já está em declínio no país. Veremos se João Tilly consegue um resultado animador, o que parece duvidoso. Quanto a Luciano Ribeiro parte, quanto a mim, com vantagem. Apesar da fragilidade crescente do tecido económico, o Município tem gerido os “dossiers” sem problemas. O Centro de Saúde de Seia está próximo da conclusão do seu restauro, as obras na Escola Secundária começaram, muito em breve começarão as obras do Serviço de Emprego e Formação Profissional de Seia. Claro que Luciano Ribeiro tem pontos fracos, as que nem a oposição sabe explorar. A saúde não está bem no concelho. É preciso pulso forte e vontade firme em falar com os responsáveis. Em Seia e na capital do distrito. A solução dos diversos problemas na saúde pressupõe muito diálogo.