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Eleições: Reflexões de um Emigrante

Tiago Silva é “orgulhosamente Senense!”. Está emigrado na Alemanha desde 2014 e nunca, apesar da distância, deixou de ter interesse no que se passa em Portugal. 

Através deste texto Tiago Silva quer dar conta do seu constante sonho de continuar a ser útil para a comunidade senense, como em tempos, antes de ter emigrado. De salientar que este emigrante integrou várias iniciativas, das quais se destaca a sua participação como jurado na CineEco e como membro do Rancho Folclórico de Paranhos da Beira.

Como tantos outros, emigrou numa altura difícil em busca de condições financeiras melhores para ele e para a sua família. E hoje, já com 32 anos, pode afirmar que, “apesar de ser um caminho penoso, vale a pena ser percorrido.”

Após muitos altos e baixos e durante alguns anos ter tido como atividade laboral a mesma de tantos emigrantes do concelho (trabalhador de gelataria), Tiago Silva orgulha-se de dizer que, e apesar das dificuldades diárias, atualmente trabalha como Técnico de Informática numa das Câmaras Municipais pertencentes à Região de Düsseldorf.

Aqui fica o seu artigo.

Eleições: Reflexões de um Emigrante

Em vésperas de eleições legislativas em Portugal, a mágoa e a esperança entrelaçam-se na mente daqueles que um dia escolheram desbravar horizontes em busca de novas oportunidades.

A vida para lá das fronteiras, desafiadora como uma corrida de obstáculos, testa frequentemente a resiliência destes indivíduos. Afastados do sol que brilha por terras lusas, distantes dos doces da avó e dos amigos de longa data, a saudade entrelaça-se com o desejo por uma vida melhor.

Por mais que tenham alcançado melhorias significativas, a realidade é que viver fora não substitui integralmente a experiência de viver em Portugal. A nostalgia persiste, alimenta o sonho de regressar. Contudo, esse ansiado retorno não depende exclusivamente da vontade individual; é uma dança complexa, ligada à capacidade do país acolher e proporcionar oportunidades.

Os desafios que Portugal enfrenta, desde as questões políticas até às flutuações económicas e nunca esquecendo os impactos da pandemia, lançam uma sombra de incerteza sobre o horizonte. À distância, a pergunta que mais ecoa nas mentes dos emigrantes é: estará o país pronto para oferecer a estabilidade necessária ao tão esperado regresso?

Neste compasso de incertezas, existe entre os emigrantes um receio palpável de que Portugal possa seguir o caminho da Espanha, com eleições quase que anuais. O medo é compreensível, dado o desejo coletivo de um Portugal mais estável, um país que não sucumba à imprevisibilidade política.

Adicionalmente, é crucial reconhecer o potencial significativo da diáspora portuguesa. Espalhados pelo mundo, os portugueses lá fora não só são números, mas são sim pessoas que também detêm qualificações valiosas que podem contribuir para o desenvolvimento do país. Este é um apelo à mobilização desse potencial, uma chamada para que Portugal brilhe não apenas nos mares do passado, mas também na complexidade da economia global moderna, impulsionado por aqueles que um dia decidiram partir.

Portugal tem uma história grandiosa, marcada pelos Descobrimentos, mas também por anos em que foi percebido na Europa como um país frágil, com uma população empobrecida e com falta de ensino. No entanto, essa narrativa mudou. A transformação económica e educacional que Portugal alcançou é notável, e os portugueses no estrangeiro são testemunhas e, muitas vezes, arquitetos desse progresso.

Enquanto as eleições legislativas se aproximam, é fundamental que esse progresso não seja negligenciado. O país deve olhar para o futuro com a mesma audácia que teve durante os Descobrimentos. Portugal deve ser encarado não como um país resignado quanto ao passado, mas como uma nação capaz de moldar o seu próprio destino, com a contribuição valiosa de tantos quantos amam o país de Camões.

Estas eleições são uma oportunidade para consolidar e fortalecer o papel de Portugal no cenário global, dando voz não apenas àqueles que residem dentro das suas fronteiras, mas também àqueles que, embora distantes, carregam consigo o orgulho de serem portugueses. Que esta seja uma eleição que não marque um retrocesso, mas sim um passo firme em direção a um futuro promissor, onde Portugal, impulsionado pela união de todos os seus filhos, continue a brilhar no palco internacional.

Tiago Silva

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