Temos visto e lido na nossa imprensa diária, quinzenal e até mensal, eventualmente com alguns “Plágios” que até que enfim Portugal está, agora, no bom caminho, social e económico.
Este “matracar” constante de notícias selecionadas é de tal ordem que nos parece que qualquer dia somos um país onde o “leite e mel” brotam por todos os cantos de Portugal.
Se descermos à terra e percorrermos, lés a lés, este nosso Portugal, verificamos, totalmente, o contrário. Doentes a morrerem nos hospitais sem assistência médica; os tempos de consulta aos utentes, tanto em postos médicos como nos hospitais, é de horas de espera; medicamentos escasseiam, alguns realmente, têm preços proibitivos, mas não deveria constituir motivo para que se deixem morrer pessoas; o desemprego campeia, não obstante, dos Centros de Emprego se esforcem para arranjar trabalho e até vão arranjando, somente, na nossa região, muitos são aqueles que não querem trabalhar. O que recebem do RSI adicionado ao “coitadinho”, com algumas Instituições a socorrer pontualmente, chega-lhes, até porque há situações em que Instituições se sobrepõem umas às outras para estarem presentes nas situações emergentes. Sinceramente, para nós, este “status quo” anda tão disperso que até aqueles que realmente precisam podem ser prejudicados com estas situações.
Por isso, muitos desempregados devem interrogar-se se realmente vale a pena trabalhar.
O autor desta local sabe o que está a dizer, porque, há 27 anos que vive, pessoalmente, o dia a dia destas pessoas.
Quanto a nós, não desvirtuando o empenho dos Centros de Emprego, deviam ter uma atuação mais enérgica perante estas situações, mas, provavelmente, a Lei não lhes permite fugir da esfera das suas competências. Só que andamos neste “ram-ram” há dezenas de anos e não saímos da “cepa torta”.
Também, verificamos, ultimamente, a euforia de muitas instituições a aguardar as ordens emanadas sobre os Programas 20/20 da União Europeia para ver se conseguem arranjar algumas verbas para criarem valências ou serviços.
Não se estuda ou/e não se tem estudado se as necessidades do concelho de Seia comportam tais intenções. Da nossa parte e não sendo pessimista, dizemos que o concelho tem instituições suficientes para resolver já os problemas existentes. Tudo isto é muito perigoso, porque, momentaneamente, não se pensa na sustentabilidade das próprias instituições.
Já o dissemos, pessoalmente, em reuniões e nesta local, que não desejaríamos ver edifícios de Instituições vazios a servirem para tudo menos para o fim que foram criados (veja-se o que está a acontecer com os edifícios escolares).
Por tudo isto, trabalhando para a causa comum, desejaríamos mais reflexão sobre estas e outras problemáticas graves que podiam funcionar de uma maneira mais solidária e mais fraterna.
“Se cada homem se preocupar com a fragilidade do seu vizinho, com certeza que não haveria tanta miséria como aquela que se verifica em Portugal.