No lado de lá do Atlântico continuam a existir motivos de preocupação relativamente à “má” publicidade que Trump acaba por fazer do seu país e da instituição presidencial norte-americana.
A forma como se tem dirigido ao seu adversário revela grosseirismo não dignificando a campanha eleitoral e quem apoia Trump. Veremos como vão ficar as coisas depois das eleições. Mas uma coisa parece certa: não será muito fácil a nenhuma das partes - republicanos e democratas – governarem o país depois dos fenómenos sociais recentes.
Por cá regista-se com desagrado a tentativa de tornar obrigatória uma aplicação para telemóvel. Por variadas razões: primeiro, porque quem não tem telemóvel não deve ser obrigado a adquiri-lo, segundo, porque a aplicação pode não ser “instalável” num determinado telemóvel, e, como tal, ninguém deve ser obrigado a instalar a aplicação ainda que seja proprietário de um telemóvel. A pandemia não deve justificar tudo. O bem “saúde pública” pode implicar, seguramente, a limitação de alguns direitos, mas tal só deve ser feito na medida em que a protecção daquele bem o justifique e que para tal seja necessário.
Por aqui à volta há quem não desista de reivindicar o regresso ao anterior mapa de freguesias, pelo menos numa das antigas e que agora caminha com Seia de mãos dadas. Sem dúvida que a reorganização administrativa de Miguel Relvas e Passos Coelho foi mal feita e a régua e esquadro, e que, como tal, é justo que se dê voz a todos os que queiram alterar uma situação mal resolvida. Mas não se duvide que como método de correcção e de racionalização a reorganização administrativa é sempre um excelente instrumento para introduzir inovação e formas diferentes de gestão do território. O argumento da proximidade não pode colher sempre como argumento em si mesmo, já que estar próximo do “freguês” nem sempre significa que se resolvem melhor os problemas. Pertencer a uma freguesia na sede de um concelho, só por si já quase garante melhor tratamento, por isso aqui deve interessar mais a proximidade com o “poder maior” do que com um poder próximo mas que terá dificuldade em resolver problemas. Mas, para além desta perspectiva pragmática, importa que seja dada a possibilidade de as populações se pronunciarem de forma aberta, debatendo as diversas possibilidades, e, preferencialmente, que as decisões devam ser tomadas através de referendo.