Um futebolista português que até foi internacional dizia repetidamente que “prognósticos só no final do jogo”. Na política, as surpresas sucedem-se a um tal ritmo que, por vezes, nos deixam espantados. O congresso do PSD de 9,10 e 11 de Fevereiro veio confirmar aquilo que já todos nós esperávamos mesmo os mais distraídos.
Rui Rio ganhou em toda a linha e produziu intervenções no início e no final do congresso que só podem ser entendidas como aglutinadoras, pacificadoras e mobilizadoras.
É claro que para a Comunicação Social, o mais importante foi o discurso de Luís Montenegro e as “farpas” que dirigiu a Rui Rio, a inclusão de Elina Fraga a ex-bastonária dos advogados, na lista para a Comissão Politica Nacional Permanente. Mas só pode ficar surpreendido quem não conhecer o PSD ou não se lembrar de como ele se mostrou sempre. Não é fácil, neste momento, ser oposição ao governo porquanto é sabido que a habilidade de António Costa que é sempre de sublinhar e enaltecer, concorre para o somatório das dificuldades da oposição tal como os indicadores económicos ditados pelo comportamento europeu.
Basta lembrar a estratégia utilizada por Costa relativamente à formação do governo. Os social-democratas ganharam as eleições mas quem governa é a “geringonça” e não se pense que o seu desmoronamento está para breve. Rui Rio, tem de brindar os portugueses com ideias claras e projetos credíveis e tem de provar a todos nós que é fácil fazer mais e melhor com o mesmo dinheiro.
Tem de atuar como sempre fez: com rigor, transparência, honestidade e verdade. Rio e Santana formam uma boa equipa. É necessário que todos os social-democratas estejam unidos e não criem no interior do partido correntes de oposição que se movimentem apenas e tão só por razões de inveja ou de ódio (o que não é fácil). Rio é um ganhador que faz da ação a sua principal bandeira.
A “geringonça” vai fazer tudo para se manter e quando o PCP já não tiver motivação para continuar refém de um acordo escrito, assegurará a António Costa a maioria parlamentar necessária. Todavia, nas eleições tudo será diferente. António Costa já não poderá contar com a inquestionável ajuda de Marcelo: as coisas, vão piorar no plano internacional e o descrédito em relação à governação começará a fazer um outro caminho e a deixar as suas marcas. Não nos parece que a atual situação politica governativa se mantenha durante muito tempo.
Vai depender muito do PSD e da nova maneira de atuar, dos dirigentes. Têm de abandonar, definitivamente, as guerras intestinas.