A descoberta do plástico teve origem na necessidade de trazer um alívio à Natureza dado que alguns materiais naturais estavam a desaparecer face à sua intensa utilização.
O plástico surge como um material revolucionário dado que é barato, versátil e de rápido fabrico pelo que, no pós 2ª guerra mundial, começou a ser aproveitado para bastantes utilizações: “tupperwares”, brinquedos, biberões, cadeiras, mobiliário, embalagens, bem como a ser incorporado em várias indústrias, como automóveis, computadores ou eletrodomésticos.
Atualmente o plástico é uma “peça central” na crise ambiental, a sua produção aumentou 8 vezes desde 1970, sendo que dos 8,4 mil milhões de toneladas de plástico produzidas em todo o mundo desde o início do séc. XXI só 9% foi reciclado, pelo que o plástico cobre a Terra e os Oceanos, quase como se se tratasse de uma doença.
O plástico é maravilhoso por ser bastante durável, mas é, simultaneamente, terrível por ser muito durável, demorando centenas de anos a desaparecer, sendo que quase todos os pedaços de plástico já produzidos ainda estão, de alguma forma, no Planeta.
No Oceano Pacífico existe uma ilha formada de plástico que tem cerca de 3 vezes o tamanho da França e cerca de 16 vezes o tamanho de Portugal, estimando-se que os plásticos aí existentes asfixiem ou afoguem anualmente cerca de 100 000 animais marinhos, afetando mais de 700 espécies.
A nossa sociedade está a fazer dos oceanos uma lixeira, estimando-se que todos os anos entrem entre 5 a 12 milhões de toneladas de lixo de plástico no oceano pelo que, a manter-se este ritmo, em 2050 os oceanos terão, em peso, tanta quantidade de plástico como de peixe!
Acresce que nos oceanos o plástico se parte em pequenos pedaços – os microplásticos- que são confundidos com o plâncton, pelo que o plástico entra na cadeia alimentar de peixes e aves marinhas (estima-se que cerca de 90% das aves marinhas já ingeriram plástico), provocando, em várias circunstâncias, a sua morte.
Refira-se ainda que quer os microplásticos, quer os nanoplásticos (plásticos muitíssimo pequenos) afetam atualmente todos os processos ecológicos do planeta, no solo, na água e no ar, havendo investigações que comprovam que também já estão presentes em diversos sistemas do corpo humano, sendo promotores de inflamações e favorecendo o desenvolvimento de tumores no organismo.