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Dia 17 | domingo | 15h00 – FILARMONIAS – Banda Torroselense Estrela d’Alva sobe ao palco

Fundada oficialmente em 8 de fevereiro de 1908, pelos...

Restaurante da Escola Superior de Turismo e Hotelaria de Seia reabre com sabores de Douro e Minho

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Música, Teatro e Dança na Casa Municipal da Cultura de Seia em novembro

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Impostos municipais nos níveis mais baixos de sempre – Autarquia volta a baixar o IMI, mantendo metade da devolução do IRS e a Derrama em valores tendencialmente zero

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Pela quarta vez consecutiva, a autarquia senense volta a baixar os impostos municipais, que se situam nos níveis mais baixos dos últimos anos. Em 2025, o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) volta a cair mais um ponto (de 0,35 para 0,34 por cento), mantendo-se todas as minorações e benefícios, com particular destaque para a redução em função do agregado familiar, até ao máximo permitido na lei.

A Taxa de Derrama sobre a coleta do IRC manter-se-á em valores tendencialmente zero para as empresas com volume de negócios até 150.000 euros, com o propósito de auxiliar os negócios locais e os munícipes continuarão a beneficiar da devolução de 50% da Taxa da Participação Variável no IRS, fixada em 2,5%.

Com a atual proposta, explica o Presidente da Câmara Municipal, Luciano Ribeiro, “encontram-se cumpridos os objetivos fixados eleitoralmente, nomeadamente a redução progressiva do IMI, que desta forma se fixa na média da taxa cobrada na região, bem como a Derrama e do IRS, alcançados no ano transato”.

Deste modo, assegura o edil, “a autarquia manterá as contas municipais equilibradas, acautelando recursos para responder às necessidades das pessoas e do território, concretizando o mandato e o programa eleitoral num quadro de rigor na gestão municipal”.

O autarca relembra que a situação financeira do Município justificava perfeitamente manter os impostos como antes. Frisando que muitos concelhos não devolvem o IRS, adiantou que o executivo não quis ir por esse caminho, implementando o decréscimo dos impostos de forma gradual e faseada.

De resto, o relatório económico-financeiro reconhece a evolução que tem sido feita, mas ainda há objetivos que é preciso concretizar, explica.

Respondendo à oposição, que preconiza a fixação dos impostos municipais nos valores mínimos, adianta que tal não é possível e comprometeria seriamente o futuro. “Se no primeiro ano de mandato este executivo tivesse reduzido o IMI ao mínimo, acabasse com o IRS e com a derrama, no primeiro ano em que os juros subiram, o Município fechava. São cerca de dois milhões e quinhentos mil euros. Só de juros foram mais de um milhão de euros, não mencionando trabalhos complementares, revisões de preço e renegociações das obras que se encontravam em progressão e dos aumentos salariais decretados pelo Governo”, argumenta o autarca.

Tribunal da Relação de Coimbra – Recursos contra Joaquim Brigas são “totalmente improcedentes”

O Tribunal da Relação de Coimbra ilibou definitivamente o presidente do Instituto Politécnico da Guarda – IPG, Joaquim Brigas, e o seu vice-presidente, Carlos Rodrigues, de todas as acusações de interceção ilegítima da caixa de e-mails dos seus antecessores Constantino Rei e Gonçalo Poeta Fernandes.

Depois de uma primeira absolvição em 2021, o Tribunal da Relação de Coimbra instou o Tribunal da Guarda para que fundamentasse melhor a sua decisão, o que sucedeu em junho de 2024, tendo este mantido a decisão. Constantino Rei e Gonçalo Poeta Fernandes recorreram nessa altura, mas a Relação de Coimbra considera agora “totalmente improcedentes os recursos interpostos pelo Ministério Público e pelos assistentes Constantino Mendes Rei e Gonçalo José Poeta Fernandes”.

Em Acórdão de 6 de novembro, as juízas desembargadoras, não só descrevem os procedimentos de Joaquim Brigas como naturais e legítimos, como não se coíbem de criticar severamente Constantino Rei e Poeta Fernandes: “Mal andaram os assistentes em, anteriormente à sua saída dos cargos que ocupavam, terem efetuado um backup de todos os emails existentes nas contas institucionais dos presidente e vice-presidente do IPG para novos e-mails criados por sua ordem, ostentando ainda aqueles cargos, não deixando qualquer informação de caráter institucional aos novos dirigentes, pese embora a importância da mesma na continuação da atividade destes em representação do IPG ”, escrevem as desembargadoras.

O caso remonta a dezembro de 2018 quando os antecessores da atual presidência do IPG continuaram a servir-se dos e-mails institucionais dos seus antigos cargos, durante várias semanas, sem fazerem chegar a informação que recebiam à nova presidência.

“Esta decisão do Tribunal da Relação absolve quem foi acusado injustamente e quem apenas procurou salvaguardar o interesse do Politécnico da Guarda”, afirma Paulo Veiga e Moura, advogado dos atuais dirigentes do IPG. “A decisão acaba por censurar os antigos presidente e vice-presidente, os quais quiseram fazer seus os e-mails institucionais como se não tivessem deixado de ocupar os cargos e continuassem a ter direito a estar à frente dos destinos do Politécnico”.

“Em causa não estavam endereços pessoais”

A censura das desembargadoras da Relação de Coimbra é muito clara: “Acresce que em causa não estavam endereços de email pessoais dos assistentes, mas institucionais, tendo estes ‘entregue’ [aspas das juízas] aos sucessores nos cargos contas de email vazias de conteúdo, nomeadamente mails que interessariam à prossecução dos assuntos pendentes da Direção com terceiros”. As juízas confirmam “não ter o arguido [Joaquim Brigas] tido acesso aos mails remetidos em data anterior ao reencaminhamento, nem ao conteúdo dos mails reencaminhados”.

Concluem as magistradas que, “tratando-se de emails atribuídos aos presidente e vice-presidente do IPG, não podiam os assistentes [Constantino Rei e Poeta Fernandes] continuar a utilizá-los – donde decorre a desnecessidade de obtenção prévia de qualquer autorização” da sua parte para as decisões tomadas à época por Joaquim Brigas.

“Com uma decisão tão clara e veemente como esta da Relação de Coimbra, não podem restar quaisquer dúvidas de que eu e o vice-presidente Carlos Rodrigues não fizemos nada de censurável, não violámos a correspondência pessoal de ninguém, nem tivemos acesso à informação de qualquer conta que fosse anterior à cessação dos cargos dos nossos antecessores”, afirma o presidente do Politécnico da Guarda, Joaquim Brigas.

Por outro lado, afirma o presidente do IPG, “tanto o Tribunal da Guarda, como Tribunal da Relação de Coimbra são explícitos e taxativos quanto à atuação ilegítima e inaceitável de Constantino Rei e de Poeta Fernandes, que tinham acabado de perder os cargos”. Conclui Joaquim Brigas que “ficará na história do IPG que houve um grupo desta instituição com falta de cultura democrática que, em 2018, tentou por todos os meios contrariar uma decisão legítima tomada pelo Conselho Geral de eleger um novo presidente”.

Operação “Illegal Livestock Farming”

Apreendidos mais de 16 mil animais de criação em mais de 300 fiscalizações e encerrada uma exploração que produzia ovos para o mercado nacional

A Guarda Nacional Republicana (GNR), através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), no âmbito do Plano de Ação Operacional para a Criminalidade Ambiental da EUROPOL, com a colaboração da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), desenvolveu, no mês de outubro, a Operação “Illegal Livestock Farming”, que visou combater as práticas ilegais associadas aos animais com estatuto pecuário destinado ao consumo humano, bem como garantir o bem-estar animal ao longo de toda as fases de produção.

A ação policial centrou-se em explorações pecuárias, entrepostos e centros de agrupamento, que desenvolvem a criação de animais de espécies pecuárias, a correta identificação animal, de acordo com o Sistema Nacional de Informação e Registo Animal (SNIRA).

No decorrer da operação foram efetuadas 307 ações de fiscalização dirigidas especificamente a criadores e foram fiscalizados 34 veículos, tendo sido levantados 97 autos de contraordenação e registado um crime de falsificação de notação técnica, por falsificação dos carimbos colocados nos ovos, e apreendidos 16 354 animais de criação, entre os quais galinhas, bovinos, caprinos, ovinos e suínos.

Como resultado da ação policial, destaca-se o encerramento de uma exploração que produzia ovos para o mercado nacional.

A operação contou com o empenhamento de 518 militares do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA).

A ação da GNR está alinhada com a decisão política da Comissão Europeia, que estabelece a segurança alimentar como prioridade e define, entre outros objetivos, implementar e melhorar o bem-estar dos animais pecuários, desde a sua criação para produção alimentar até à regulação dos movimentos, tanto em Território Nacional (TN) quanto em ligações internacionais.

Guarda – Operação especial de prevenção criminal

O Comando Territorial da Guarda, através do Destacamento Territorial da Guarda, executou, ontem, dia 10 de novembro, uma operação especial de prevenção criminal no âmbito da Campanha “Portugal Sempre Seguro”, a fim de dissuadir, prevenir e detetar situações passíveis de configurar ilícitos criminais e/ou contraordenacionais, promovendo deste modo o reforço do sentimento de segurança, no concelho da Guarda.

Esta operação teve como objetivo principal o reforço da visibilidade em pontos de concentração de pessoas referenciados por ocorrências generalizadas de incidentes sociais, bem como a prevenção e combate à criminalidade, com vista à dissuasão de atividades criminosas, em geral. Teve ainda como objetivo o controlo, deteção e prevenção da prática de ilícitos relacionados com armas, a fiscalização do ato venatório, de estupefacientes e de infrações rodoviárias, com a finalidade de reforçar o sentimento de segurança da população.

No decorrer desta operação, foram fiscalizadas 302 pessoas e 300 veículos, tendo sido obtidos os seguintes resultados:

– Cinco detidos, com idades compreendidas entre os 43 e os 81 anos, três por posse de arma proibida, um por posse ilegal de arma e um por condução sob influência do álcool.

– 22 autos de contraordenação: 12 relativos ao Código da Estrada, oito de Legislação Complementar e dois relativos a legislação de animais de companhia.

No decurso desta operação foi ainda possível apreender o seguinte material:

– 100 munições de diversos calibres, algumas das quais proibidas;

– Duas armas de fogo;

– Dois estojos de transporte de arma de fogo.

– Diversa documentação.

Os factos de âmbito criminal foram comunicados ao Tribunal Judicial da Guarda.

Nesta operação conjunta foram empenhados 33 militares das diversas valências do Comando Territorial da Guarda, nomeadamente territorial, trânsito, proteção da natureza e ambiente, intervenção e investigação criminal.

A operação contou ainda com a colaboração do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Com objetivo de aumentar o sentimento de segurança dos cidadãos, as Forças e Serviços de Segurança e Agências do Estado, através de um trabalho conjunto e de coordenação entre si e envolvendo a capacidade de todas em diversas e múltiplas áreas de atuação policial, sob a coordenação do Sistema de Segurança Interna (SSI), encontram-se a desenvolver a Campanha “Portugal Sempre Seguro”.

Das Forças e Serviços de Segurança e Agências do Estado, destacam-se a Guarda Nacional Republicana (GNR), a Polícia de Segurança Pública (PSP), a Polícia Judiciária (PJ), a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), a Autoridade Tributária (AT), a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).

GNR realiza Operação “RoadPol – Veículos pesados de mercadorias e passageiros”

De hoje até dia 17 de novembro, a Guarda Nacional Republicana (GNR) realiza em todo o território nacional uma operação de fiscalização rodoviária, direcionada para os transportes rodoviários de mercadorias e de passageiros, orientando as ações de fiscalização para as vias mais críticas à sua responsabilidade e onde se verifique um maior volume de tráfego deste tipo de veículos.

O objetivo da Operação é garantir as condições de segurança no transporte de pessoas e mercadorias e a deteção de infrações tendo em vista um ambiente rodoviário mais seguro.

Esta operação decorre no âmbito da Rede Europeia de Polícias de Trânsito (RoadPol), organização que foi estabelecida pelas polícias de trânsito da Europa, com a finalidade de melhorar a segurança rodoviária e o cumprimento das normas rodoviárias. No final de 2021, a GNR tornou-se membro da RoadPol, passando a integrar no seu planeamento operacional, as operações planeadas pela referida organização. No âmbito do planeamento anual efetuado pela RoadPol, a GNR com esta ação pretende também sensibilizar a sociedade para comportamentos mais seguros por parte dos condutores e passageiros, tendo em vista a promoção da segurança rodoviária e a salvaguarda de vidas humanas.

A Rede Europeia de Polícias de Trânsito (ROADPOL) está a levar a efeito ações de controlo de veículos pesados de mercadorias e passageiros, com o objetivo de melhorar a segurança rodoviária, a sustentabilidade, a concorrência leal e as condições de trabalho em transporte rodoviário, através do cumprimento dos regulamentos existentes.

Estas operações, dirigidas a fatores, grupos e locais de risco, pretendem não só proporcionar uma melhor segurança rodoviária, mas também aumentar a eficácia e a qualidade dos serviços prestados pela GNR aos utentes das vias. Com esta ação, pretende-se sensibilizar a opinião pública para a importância da adoção de comportamentos mais seguros por parte dos condutores profissionais, tendo em vista a promoção da segurança rodoviária e a salvaguarda de vidas humanas.

Dia 17 | domingo | 15h00 – FILARMONIAS – Banda Torroselense Estrela d’Alva sobe ao palco

Fundada oficialmente em 8 de fevereiro de 1908, pelos irmãos João e Eduardo Batista, a filarmónica conta atualmente com 47 elementos, sob a direção musical do Maestro Samuel Correia. No topo da estrutura, está o Presidente da Direção, José João Brás dos Santos, natural de Torroselo, assessorado por uma equipa incansável no apoio e suporte, contribuindo com o seu esforço para o sucesso da Banda.

A filarmónica orgulha-se ainda da sua escola de música, atualmente com 15 alunos, garante da continuidade desta instituição centenária.

O projeto “Filarmonias” foi criado pelo Município com o objetivo de divulgar as cinco coletividades musicais do concelho e valorizar a sua atividade cultural. Quase todas centenárias, as bandas filarmónicas do concelho desempenham um papel preponderante na formação musical e na vida cultural das populações, contribuindo para o enriquecimento do concelho.

Apoio: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes . RTCP – Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses

ENTRADA LIVRE, sujeita à lotação da sala

Sérgio Viana, candidato a Presidente da Delegação Regional do Centro da Ordem dos Psicólogos Portugueses

O senense Sérgio Viana é o candidato a Presidente da Delegação Regional do Centro da Ordem dos Psicólogos Portugueses, pela lista da candidata a Bastonária Sofia Ramalho, “Mais Ordem Mais Profissão”, atual Vice-presidente desta Associação Profissional.

No final do segundo mandato, enquanto vogal na mesma delegação, o Psicólogo, Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, com especialidades avançadas em Psicologia Comunitária e Psicogerontologia, exerce funções no Hospital Nossa Senhora da Assunção e Centro de Saúde de Seia, integrados na ULS Guarda.

(Leia a entrevista na íntegra na edição de papel do JSM)

Convenção Anual Gate21

O Gate 21 vai comemorar o seu 45º aniversário, com uma Convenção Anual, que decorrerá no Auditório da Casa Municipal da Cultura de Seia, esta sexta-feira, dia 15, pelas 14 horas.

Segundo a organização, “este evento foi planeado para oferecer uma oportunidade única de desenvolvimento profissional e pessoal, com foco em estratégias de sucesso no mundo dos negócios.”

de referir que durante esta convenção, os participantes terão a oportunidade de interagir com líderes e especialistas da área, assistir a palestras inspiradoras e participar numa sessão de Coaching de Alta Performance.

UMA FLORESTA COM FUTURO. UM FUTURO PARA O NOSSO INTERIOR.

Há 7 anos saíamos à rua. Estávamos em Outubro de 2017 e tínhamos acabado de viver um pesadelo que assolou o norte e o centro do país.
A força diabólica das chamas, num outono anormalmente quente e seco, dizimou pessoas, casas, empresas, animais e florestas, deixando para trás um cenário dantesco, triste, desolador.
No dia 19 de outubro de 2017, centenas de cidadãs e cidadãos, representantes do poder local, bombeiros, forças de segurança e proteção civil, juntavam-se no largo da Câmara Municipal de Seia, numa pacífica, mas muito simbólica, manifestação pelo ‘’futuro da nossa Serra da Estrela’’ (algo nunca visto, numa pequena e pacata cidade do interior).
Por essa altura lançavam-se também as sementes para a criação do atual Movimento Estrela Viva (MEV). Um movimento de intervenção cívica que assumiu, desde logo, um ‘’compromisso’’ com a comunidade: o de estar alerta e de agir em prol do território, protegendo-o e valorizando-o, e exercendo a sua cidadania ativa em consciência.
Desde esse momento que estamos mais atentos. Tornámo-nos mais exigentes, mas também mais disponíveis para colaborar ativamente com as autoridades e parceiros locais em soluções conjuntas para o nosso território.
Desde então, que o MEV, em colaboração direta com as autoridades e parceiros locais, tem realizado no terreno diversas ações de preservação dos ecossistemas, entre as quais, atividades de reflorestação com espécies autóctones, ações de controlo de plantas invasoras, de sustentação de solos, ou de recolha de sementes; ações de educação e sensibilização ambiental (ex.: plogging na zona da Torre, ou ações nas escolas); ou ainda ações de valorização da cultura e ofícios tradicionais, promovendo o desenvolvimento do meio rural e fazendo pontes com os vários atores da comunidade, de forma a potenciar sinergias, capacitar os cidadãos e ver nascer e crescer novos projetos colaborativos.
Sabemos que os acontecimentos de 2017 marcaram uma viragem na gestão do território rural. O governo português iniciava, por essa altura, um plano que previa uma reforma sistémica na política de prevenção de incêndios florestais, e que incluía medidas como: o bloqueio da área do eucalipto, a criação do programa ‘Aldeia Segura, Pessoas Seguras’, a promoção da limpeza dos terrenos entre as aldeias e os povoamentos florestais, a obrigação da limpeza dos terrenos privados, o cadastro florestal para identificar e responsabilizar proprietários, o uso de fogo controlado ou da pastorícia para reduzir o material combustível, a criação de faixas de proteção, o investimento no associativismo florestal e a criação de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) – figuras de gestão coletiva do território que asseguram uma gestão mais sustentável da floresta, com maior geração de rendimento e maior eficácia na intervenção dos agentes florestais.
Nos primeiros anos, várias medidas começaram a avançar e houve, de facto, uma mudança de orientação na gestão política e técnica dos fogos. Mas a memória da tragédia foi-se desvanecendo e o plano foi perdendo fôlego, deixando o essencial por cumprir!
Em 2022, a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), que coordenou toda esta reforma, lançava um alerta: ‘’sem um novo ímpeto, o país arrisca-se a assistir de novo à destruição de infraestruturas ou a danos nas comunidades urbanas”.
Ao cenário de dificuldade na implementação destas medidas, juntam-se ainda outros fatores: as vastas áreas de monocultura intensiva de eucalipto e pinheiro que crescem de forma não controlada e, muitas vezes, em terrenos abandonados e não cadastrados; a proliferação acelerada e incontrolada de espécies invasoras (principalmente após os incêndios); as condições climáticas extremas, que só tendem a agravar-se e, finalmente, o despovoamento dos territórios rurais, problema societal há muito identificado e que continua (eternamente!) por resolver, com graves (e irreversíveis?) consequências a este e outros níveis.
A pouca atratividade socioeconómica destes territórios do interior, que se traduz na incapacidade de fixar população e investimento, intensifica o impacto dos incêndios florestais: menos pessoas nas áreas rurais traduz-se numa maior degradação florestal, numa menor capacidade para gerir o risco e numa maior vulnerabilidade destas regiões. Por sua vez, isto reduz a sua atratividade para fixação de população, criando um ciclo vicioso negativo que, se nada for feito, resultará no abandono e desertificação de um território com um património histórico, cultural e natural irrepetível. Não queremos, não podemos deixar que tal aconteça!
E todavia, este ano, os grandes incêndios voltaram. Em apenas três dias, este mês de setembro de 2024 tornou-se o quarto pior ano da última década em área ardida.
Depois da semana crítica que vivemos, é tempo de exigir respostas. E não podemos, nem devemos, embarcar na tese dos bodes expiatórios ou em teorias da conspiração, e culpar os incendiários ou os ‘’interesses instalados’’. Sim, eles existem. Mas o problema é muito mais complexo e prende-se, fundamentalmente, com a incapacidade de o Estado executar no terreno as reformas que tão bem planeia, e também com a nossa falta de exigência e de participação cívica!
Por isso mesmo, é tempo de exigirmos:
● Que sejam implementados mecanismos (fiscais, económicos ou outros) a quem rearborize os seus terrenos com árvores autóctones, mais resistentes ao fogo, a quem cumpra a lei e limpe os seus terrenos, zelando pelo bem comum! Um terreno bem gerido tem menor probabilidade de ser afetado por um incêndio;
● Que se limite a plantação de eucalipto e pinheiro-bravo, promovendo a criação de zonas “mosaico” biodiversas;
● Que se valorizem os serviços do ecossistema, tais como a água, o carbono e a paisagem e se apoiem novas formas de aproveitamento da floresta (ex.: bioeconomia) – há mais na floresta do que apenas madeira!;
● Que se promova e apoie, técnica e financeiramente, a gestão coletiva de terrenos e se mobilizem proprietários, associações florestais, empresas e municípios para esta gestão;
● Que se acelere a implementação do programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, cujo objetivo está muito aquém do que seria desejado;
● Que se promova o recrutamento de mais sapadores florestais, valorizando esta profissão e tornando-a mais apelativa;
● Que se aposte na valorização dos cursos de engenharia florestal nas unidades de ensino superior, em particular no interior do país;
● E, finalmente, que se promova uma discriminação efetivamente positiva dos territórios do interior, territórios que muitos de nós escolheram para aqui viver, trabalhar, ver nascer e crescer os seus filhos, em tranquilidade e em segurança.
É necessário, de uma vez por todas, um compromisso político sério para que se revitalizem os territórios do interior. Melhorando acessibilidades, reforçando a escassa rede de transportes públicos e de serviços de proximidade (saúde, educação,..). Apostando na promoção (e investigação) dos produtos endógenos associados a atividades tradicionais (ex.: pastorícia, apicultura) e seus derivados, promovendo o turismo de natureza, e criando sólidas condições para a fixação e criação de empresas.
É tempo de agir e de tornar estes territórios mais atrativos para viver e investir!
Queremos uma floresta com futuro e um futuro para o nosso Interior!

2.º Encontro Nacional de Coordenadores da Proteção Civil acontece em Seia

O Município de Seia receberá, no próximo dia 15 de novembro, o 2.º Encontro Nacional de Coordenadores da Proteção Civil, um evento dedicado ao tema atual e urgente das “Alterações Climáticas e Fenómenos Extremos: novo paradigma da Proteção Civil ao nível local”. O encontro, que acontecerá no Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), reunirá especialistas e coordenadores de Proteção Civil de todo o país, promovendo a partilha de conhecimento e a discussão de estratégias inovadoras para a gestão de riscos associados a fenómenos climáticos extremos, com foco na segurança local.

A programação do encontro foi desenhada para abordar as diversas dimensões dos desafios climáticos e a sua repercussão na Proteção Civil ao nível local, desde a segurança das pessoas em situações extremas até à gestão de riscos em zonas de montanha e à recuperação pós-evento. Durante o dia, serão promovidos painéis de debate, mesas redondas e momentos de partilha que visam incentivar a cooperação interinstitucional e fortalecer as capacidades locais de resposta a estes fenómenos.