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Urgência da Guarda em risco de fechar alguns dias por falta de médicos

Um grupo de médicos do hospital da Guarda recusa-se a fazer mais horas extraordinárias por ter sido atingido o limite anual, estando em causa o funcionamento da Urgência, havendo o risco de fechar alguns dias.

A indisponibilidade dos médicos para fazer mais horas extraordinárias impossibilita o preenchimento total das escalas já no mês de outubro, confirmou à agência Lusa a diretora do serviço de Urgência, Adelaide Campos.
“Vai haver dias em que as equipas não se podem formar, porque não há número de especialistas suficientes para cada uma das equipas e, portanto, a Urgência pode ter que encerrar”, admite a diretora do serviço de Urgência.
Os médicos entregaram à administração da Unidade Local de Saúde da Guarda o pedido para que, por terem atingido o limite anual das 150 horas extraordinárias, não lhes seja fixado “qualquer trabalho suplementar com eventual reformulação das escalas do serviço de urgência existentes”, refere o documento.
A diretora da Urgência alerta para a possibilidade de os doentes terem de ser transferidos para outros hospitais dada a falta de resposta.
“Mas se os outros hospitais estiverem na mesma situação, cada um vai ter de resolver os seus problemas. Estamos a transformar esta situação numa incapacidade de resolução de problemas”, sublinha.
Adelaide Campos diz esperar que “o senhor ministro da Saúde e o CEO do SNS [Serviço Nacional de Saúde] percebam aquilo que se pode vir a passar nas próximas semanas”.
A diretora do serviço de Urgência, Adelaide Campos, confirmou, também, que as escalas para o mês de outubro estavam incompletas pelo facto de um grupo de médicos se ter manifestado indisponível para fazer mais horas extraordinárias, tendo em conta que já tinham atingido o limite anual. “Não podemos ter um distrito de 160 mil habitantes sem hospital que receba doentes urgentes. Não é viável, não é possível”, alerta.
O presidente do Conselho sub-regional da Guarda da Ordem dos Médicos, João Pedro Silva, manifesta-se solidário com os colegas.
Apesar de ser uma matéria de cariz sindical, salienta que “o problema se reflete na prestação dos cuidados de saúde”.
Na sua opinião, a situação “mostra a fragilidade do SNS e do hospital da Guarda, que tem muitas especialidades com falta de médicos. Sem médicos não é possível manter os serviços abertos”.
João Pedro Silva realça que muitos dos médicos atingiram o limite de horas extra em fevereiro e março. “Tiram tempo do seu descanso, da sua vida familiar, para estar a trabalhar”, sublinha.

Possibilidade de recorrer a médicos em prestação de serviço
A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda reconhece que a recusa dos médicos em fazer mais horas extraordinárias compromete o funcionamento das urgências, criando falhas nas escalas das noites e fins de semana.
Em resposta, a diretora clínica da ULS da Guarda, Fátima Cabral, salienta que a posição dos médicos “poderá vir a comprometer o funcionamento pleno das Urgências”.
“A redução de médicos disponíveis para o Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica pode vir a comprometer a escala de serviço, nomeadamente nos períodos noturnos e fins de semana”, precisa a responsável.
A diretora clínica assegura que estão a ser feitos esforços para colmatar as falhas nas escalas, admitindo a possibilidade de recorrer a médicos em prestação de serviço.
“O Conselho de Administração, de acordo com a escala a ser apresentada pela direção dos serviços, envidará todos os esforços para colmatar as falhas que possam ocorrer, nomeadamente com recurso a médicos em prestação de serviços”, sublinha a médica.
Fátima Cabral confirma que já houve 15 médicos que entregaram minutas de indisponibilidade para trabalho extraordinário acima de 150 horas já realizadas.
A indisponibilidade dos médicos para fazer mais horas extraordinárias tem-se registado noutras unidades de saúde do país.

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